domingo, 27 de novembro de 2011

Líder do MST é executado com seis tiros em emboscada na zona rural de Campina Grande.

O grande capital, nas mão dos capangas do latifúndio, fez mais uma vítima na Paraíba. Nesta última sexta-feira (25 de novembro de 2011) foi executado mais um trabalhador, mais um militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o José Gomes de Lima. Não podemos aceitar essas práticas, não podemos ficar parados diante dessa destruição da vida. A luta pela terra é uma luta digna, justa e que deve ter o apoio de tod@s, temos que engrossar as fileiras da luta pela terra, por uma Reforma Agrária estrutural que, consequentemente, virá com a sociedade socialista.

Segue a notícia publicada no Jornal Diário da Borborema, por Márcio Rangel:


Sexta, 25 de Novembro de 2011 19h44 
Por Márcio Rangel, da redação do Diário da Borborema 

Um líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Campina Grande foi morto em uma emboscada no final da manhã desta sexta-feira, dia 25.
O crime aconteceu por volta das 10h50, no entanto, o cadáver só foi localizado às 14h, por moradores do sítio Curral Velho, na região de divisa entre os municípios de Campina Grande e Boa Vista.
De acordo com a Polícia Civil, José Gomes de Lima, de 57 anos, seguia de motocicleta com destino a sua residência que fica no assentamento Venâncio Tomé de Araújo, quando foi surpreendido pelos atiradores nas proximidades da Fazenda Quixaba.
Os criminosos assassinaram a vítima com seis disparos de revólver calibre 38. Os projéteis atingiram as costas (5) e a cabeça (1). Este último, de acordo com os peritos do Instituto de Polícia Científica (IPC), efetuado à queima roupas.
Segundo os familiares de José Gomes, há vários dias ele vinha sendo ameaçado de morte por pessoas ainda não identificadas que questionavam a posse da terra onde ele e mais 20 famílias residem há cerca de 11 anos.
De acordo com a esposa da vítima, a agricultora Maria do Socorro Tavares, de 48 anos, ele havia saído de casa para pagar algumas contas. “Ele saiu de casa de manhã para comprar contas e estava trazendo também umas agulhas que pedi, pois estou participando de um curso de corte e costura. Fomos avisados por uma pessoa que passou e viu ele caído. Sinceramente não sei de nada” comentou.
O caso está sendo investigado pela delegada Cassandra Maria Duarte, da Delegacia Especializada em Homicídios de Campina Grande. 
A autoridade revelou que a hipótese de latrocínio, a princípio, já está descartada. “Pela análise, os homens que mataram este agricultor não queriam roubar nada dele. O dinheiro ficou no bolso e a moto no mesmo local. Acreditamos, pelas evidências que se trata mesmo de uma execução e acerto de contas. Vamos apurar todos os detalhes com cautela. A princípio o crime pode ter sim ligação com a disputa por terras na região” declarou a autoridade.
O local onde o crime aconteceu era desabitado e a até agora, ninguém se apresentou como testemunha do crime.
José Gomes de Lima era presidente da Cooperativa Rural do Assentamento Venâncio Tomé de Araújo que está instalado em terras da comunidade rural de Curral Velho, distante cerca de 25 km do Centro de Campina Grande.
Com mais este crime, sobe para 161 o número de homicídios praticados na cidade neste ano de 2011.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A INFLUÊNCIA DA TEORIA MARXISTA NA CIÊNCIA GEOGRÁFICA: A EXPERIÊNCIA DO GRUPO DE ESTUDO MARXISMO E GEOGRAFIA DA UEPB*


wendellsax@gmail.com

Wellington Miguel Dantas
wellingtonmiguel05@gmail.com

Simone da Silva
Aluna de Graduação do curso de Geografia, UEPB-CH-Campus III
simoneds86@gmail.com

Ricardo Batista dos Santos
Aluno de Graduação do curso de Geografia, UEPB-CH-Campus III

Alexandre Peixoto Faria Nogueira
Prof. Ms.da Universidade Estadual da Paraíba/CH/ DG/Campus III -Orientador
alexandrepfn@gmail.com


RESUMO
Desde a sua insurgência no século XIX, o Marxismo tem influenciado as ciências humanas e sociais e na geografia não foi diferente. Das principais contribuições da Teoria Marxista para a Geografia destaca-se o método de análise Materialismo Histórico e Dialético inserido na relação sociedade/natureza, por abordar o modo como os homens estabelecem suas relações de trabalho e, tendo em vista, os processos históricos que se particularizam no espaço-tempo, o qual, nos estudos geográficos, é abordado principalmente pela Geografia Crítica, devido ao momento histórico (década de 1970) haver uma maior revitalização dos escritos de Marx. Essa pesquisa objetiva divulgar as experiências do Grupo de Estudo Marxismo e Geografia da Universidade Estadual da Paraíba, Campus III. Os estudos desenvolvidos pelo Grupo são de cunho teórico-bibliográfico, desenvolvendo-se com reuniões semanais para leituras, debates e discussões nas seguintes temáticas: introdução à filosofia de Marx; método de análise marxista; Forças produtivas e relações sociais de produção; estrutura e superestrutura; classes sociais, estrutura social e lutas de classes. A equipe é constituida por cinco alunos graduandos do curso de Geografia/UEPB (Campus III), orientados pelo professor Ms. Alexandre Peixoto Faria Nogueira. As atividades produziram o projeto de extensão “A educação nos territórios em disputa por reforma agrária na Paraíba: contribuição para a configuração do espaço agrário paraibano”. O qual subsidiou um aluno participante do grupo com uma bolsa do PROBEX (Programa de Bolsas de Extensão). Tendo em vista as necessidades da sociedade contemporânea, a qual nos mostra a vivacidade e de trazer para a prática as nossas análises sobre o Marxismo, por se encaixar cada vez mais nos arranjos das estruturas socioeconômicas.

Palavras-chave: Teoria; Marxismo e Geografia.


Introdução

As idéias de Marx emergem na pós-primeira revolução industrial, na qual havia uma inquietação da classe trabalhadora perante a exploração da classe dominante. Desta maneira, no período em que o capitalismo exerce sua principal força, a exploração do homem pelo homem enriquecendo donos dos meios de produção. Segundo Gomes (s.d.), na concepção de Marx, o acúmulo de capital não advinha da troca de mercadorias com seus devidos valores, todavia pela produção, ou seja, pela exploração do trabalho, pela geração da mais-valia.
Tendo como base as diretrizes marxistas, o acúmulo de bens dar-se-á da interação do homem com a natureza. O qual se apropria e a transforma a fim de satisfazer suas necessidades por meio do seu corpo e sua mente. Sendo assim o homem depende da natureza para interagir entre si, pois é nela que as relações sociais acontecem, embora subordinado ele não se submete as leis e processos do mundo natural.  Esta articulação entre homem e natureza é intermediada pelo trabalho, que além de construir materialmente a sociedade edifica-o como indivíduo.  Partindo desse princípio, Engels (2011) afirma que, “o trabalho é a condição básica e fundamental de toda vida humana. E em tal grau que, até certo ponto, podemos afirmar que o trabalho criou o homem”.
 A percepção do trabalho, para Marx, distingue do trabalho exercido pelos animais, os quais são determinados pela genética, pois produzirão da mesma forma que produzem hoje, visando suas necessidades imediatas. Enquanto, que o trabalho desempenhado pelo homem, antes de tudo, é idealizado (criação de ideias) para depois objetivar (construir materialmente). Com isso à medida que o homem adéqua a natureza ele se abastece de novos conhecimentos e habilidades fazendo com que haja uma evolução das relações sociais.
Esta relação homem-trabalho, a dimensão transformadora do trabalho em relação à natureza e ao próprio homem, foi apreendida por Karl Marx, que afirmou ser: 

o trabalho, em primeiro lugar, um processo em que ambos, o homem e a natureza, participam, e no qual o homem, de sua livre vontade, inicia, regula e controla as relações materiais entre si próprio e a natureza [...] logo, ao atuar no mundo externo e ao modificá-lo ele muda, ao mesmo tempo, a sua própria natureza. Desenvolve as suas forças adormecidas e compele-as a agir em obediência ao seu poder (1986, p. 372).

 No contexto das relações sociais, as forças produtivas e as relações de produção de uma sociedade resultam nos modos de produção. Emanando o modo como os homens se arranjam entre si para produzir. Para Oliveira; Quintaneiro (2002), as forças produtivas referem-se aos instrumentos e habilidades que proporcionam controlar as condições naturais para a produção, e possuem um caráter acumulativo. Ao passo que as relações de produção discutem as divergentes formas de organização da produção e distribuição, além da posse e tipos de propriedade dos meios de produção, os quais compõem o viés para a estruturação das desigualdades manifestas nas classes sociais.
Essa falta de uniformidade da sociedade, para Marx, é o hipocentro das lutas de classes, embora existam, essas lutas, apenas em determinadas fases históricas do desenvolvimento da produção, sendo um fator ponderante para eliminar todas as classes e, consequentemente, uma sociedade sem classes. O homem, observa Marx, perdeu sua autenticidade, independência e liberdade provocando sua própria desvalorização, nomeada por ele de “auto-alienação”. Assim dizia, “essa auto-alienação finca suas raízes no produto do trabalho homem, que não lhe pertence, nem mesmo para usufruto, mas é de seu empregador”. Isto é fruto das classes hegemônicas que educam os indivíduos remanescentes a comercializarem sua força de trabalho, a perecer dos compradores.
Dentro do sistema capitalista, segundo Gomes (s.d.), o homem é o único ser capaz de produzir algo útil, como uma mercadoria - através de seu trabalho, o qual o capital compra. E essa mercadoria tem que possuir um lucro, ou seja, uma Mais-Valia. Ela emerge da diferença do tempo de produção da mercadoria e o excedente do uso da força de trabalho não pago, o qual o capitalista se apropria. Com isso Marx demonstra a exploração social do mundo capitalista.
Das contribuições do marxismo para ciências humanas e sociais para os devidos meios destaca-se o método de análise materialismo histórico dialético. Lessa; Tonet (2008) mencionam que “o materialismo histórico dialético concebe o mundo dos homens como a síntese de prévia-ideação e matéria natural”. Com isso advém de um aglomerado de ideias e matérias, alcançado pelo trabalho, que assim, emana o mundo dos homens.
Entre geografia e marxismo há três categorias comuns: a natureza, o homem e trabalho. No entanto, são visões ora coincidentes ora dissonantes quanto à individualidade delas. A visão de natureza, entre as duas vertentes, é divergente, MOREIRA (2004, p.23) diz:

 A natureza na geografia é um substrato e arsenal de recursos naturais úteis para fins de subsistência e sobrevivência dos homens em sociedade; o marxismo, é uma categoria antes de mais ontológica, que adquire sentido econômico na vida prática enquanto valor-de-uso e valor de troca.

Segundo Moreira (2004) o trabalho, na visão dos geógrafos, é definido como excesso das atividades realizadas pelos homens que modificam a natureza-arsenal em meios de sobrevivência, isso resulta no processo homem-natureza, e para os marxistas o trabalho pode se comparado com a relação metabólica homem-meio mediado pela interação homem-trabalho.  Os marxistas conceituam o homem pela condição de sujeito e objeto determinado pela sua própria história, já para os geógrafos o homem é uma categoria plural e vaga do homem-habitante ao homem-população.  
Tendo a importância da teoria marxista para com a ciência geográfica, esse texto objetiva divulgar as experiências do Grupo de Estudo Marxismo e Geografia (GEMGeo) da Universidade Estadual da Paraíba, Campus III.

Marxismo e a Geografia Crítica

Não se pode abordar a teoria de Marx como desfragmentadora da ciência, por ajudar a construir o embasamento e edificá-la. Consoante Quaini (1979), Marx não é geógrafo (da mesma maneira que não é historiador, tampouco sociólogo), embora no marxismo, do mesmo modo que existe uma teoria da história e uma análise social, existe também uma geografia, referindo-se a história da conquista cognoscível e quanto ao arranjo da sociedade.
Situando-se na Geografia, o marxismo é o suporte para os pensadores da geografia critíca, por abordarem uma visão epistemológica e ideológica das correntes geográficas antecedentes.

Isso quer dizer que o marxismo exerceu influência decisiva na gênese e desenvolvimento da Geografia Crítica, visto que a grande maioria dos autores dessa vertente foi direta e intensamente influenciada por teorias e ideologias características da tradição marxista, ainda que a forma e intensidade dessa influência variassem significativamente conforme o país, instituição e autor considerado. (DINIZ FILHO, 2001 p.12)

Quanto à postura do método de análise marxista consiste no estudo do conjunto das relações sociais dentro do processo material, histórico e os desacordos que implicam da junção da vida social, política, econômica e intelectual. Visto que a Geografia Tradicional não abordava diretamente as contradições sociais e sim era voltada para, sem a compreensão intrínseca do meio estudado.
É a Geografia Crítica que mantém em prol o método de análise marxista. Há emergir das críticas ferrenhas quanto à realidade social, em uma postura frente à realidade, frente à ordem constituída. Em determinadas ocasiões, afirmava-se que a uma caracterização e descrição dos lugares, na qual era uma análise empirista e superficial. Já a Geografia Quantitativa dessimulava dados sociais e naturais através da linguagem matemática metamorfose social é um pressuposto para a própria reaviação da Geografia (DINIZ FILHO, 2001). Sendo assim, ostenta o conteúdo político de conhecimento científico propondo uma Geografia que lute por uma sociedade mais justa, nos predizeres de Marx.
Os geógrafos críticos são que desejam fazer da análise geográfica um instrumento para eximir o homem.

Os autores da Geografia Crítica vão fazer uma avaliação profunda das razões da crise; são os que acham fundamental evidenciá-la. Vão além de um questionamento puramente acadêmico do pensamento tradicional, buscando as suas raízes sociais. Ao nível acadêmico, criticam o empirismo exacerbado da Geografia Tradicional, que manteve suas análises presas ao mundo das aparências, e todas as outras decorrências da fundamentação positivista (a busca de um objeto autonomizado, a ideia absoluta de lei, a não-diferenciação das qualidades distintas dos fenômenos humanos etc). (MORAES, 2007 p. 119)

Deste modo, todos os nomes ligados à Geografia Crítica vão analisar a sociedade em sua essência, exemplo disto é Yves Lacoste que possui uma crítica bastante aguda, pondo a Geografia como instrumento de dominação da burguesia. Outro exemplo é Milton Santos, no aparato de suas obras, apresenta uma proposta geral para o estudo geográfico, ou em outros termos, como deve ser a análise do geógrafo que, baseado no conceito de “Formação sócio-econômica de Marx, desenvolve o conceito de “Formação sócio-espacial”. Moraes (2007) diz: “Milton Santos argumenta que toda atividade produzida dos homens implica numa ação sobre a superfície terrestre, numa criação de novas formas, de tal modo que ‘produzir é produzir espaço’”. É neste contexto que se dará a Geografia Crítica, com uma análise dos meandros da reação social.

O GEMGeo e a Práxis Geográfica

No início do semestre de 2011, na Universidade Estadual da Paraíba- Campus III desenvolveu-se o grupo de estudo Marxismo e Geografia, sob orientação do professor Alexandre Peixoto Faria Nogueira para estudar a Teoria Marxista desenvolvida por Karl Marx, o mesmo conta como integrantes os alunos do curso de geografia dentre eles: Simone, Wellington, Ramon, Wendell, Ricardo e entre outros, as reuniões acontecem semanalmente nas segundas-feiras à tarde, com o objetivo de conhecer a importância do marxismo para a ciência geográfica em tais aspectos: as lutas de classes, examinando tais temas, a propriedade privada, o trabalho assalariado, a produção de mercadorias; a mais-valia; a separação cidade-campo; a natureza como recurso, desenvolvimento desigual e expansão do capitalismo em escala global; e a necessidade da aplicação do método do materialismo histórico dialético, proposto por Marx nas pesquisas de cunho geográfico. 
As atividades desenvolvidas pelo grupo são: leituras de textos e obras de autores que abordam essas temáticas. As leituras dividem-se em três grupos, o primeiro referente a introdução à teoria Marxista, para tanto, as obras escolhidas foram: o texto Karl Marx de Márcia Gardênia Monteiro de Oliveira e Tânia Quintaneiro, as 10 lições de Marx de Fernando Magalhães, a Introdução à Filosofia de Marx de Sérgio Lessa e dentre outras; O segundo grupo de leituras são de obras do próprio Marx, como Manifesto do Partido Comunista, o Capital, com os textos: Livro I, Seção I; Capítulo I; Capítulo II, Seção II; Capítulo IV, Seção III; Capítulo V, VII e VIII; dentre outros; e o terceiro grupo de leituras são de obras geográficas que têm a teoria marxista como norte teórico-metodológico. Após uma leitura prévia, com antecedência aos encontros, são apresentadas os textos que posteriormente são analisados, debatidos e interpretados, fazendo uma interligação delas com os fatos vividos cotidianamente pelas pessoas, a elaboração de projetos.
No segundo semestre da existência, o GEMGeo encaminhou para UEPB a seleção do PROBEX 2011-2012 o projeto de Extensão sob o título: A EDUCAÇÃO NOS TERRITÓRIOS EM DISPUTA POR REFORMA AGRÁRIA NA PARAÍBA: contribuições para a configuração do espaço agrário paraibano. O qual fazermos parte como colaboradores e que contemplou um aluno, atuante do grupo, como bolsista que tem como objetivo geral: contribuir para a construção de uma prática pedagógica do/no campo, que prime à formação humana e que seja voltada para as reais necessidades dos camponeses sem terra da Paraíba e pretende traçar tais metas: 1) Ter elaborado material didático voltado para o resgate histórico da formação territorial das áreas foco do projeto; 2) Ter realizado formação com os professores que lecionam nas escolas que atendem as crianças dos acampamentos em questão; e 3) Ter elaborado uma cartografia social que represente a luta pela reforma agrária na Paraíba.
Outra prática do GEMGeo, que tem por objetivo divulgar as organização da classe trabalhadora é a elaboração do Blog www.paratodostudo.blogspot.com.

Considerações Finais
A Teoria Marxista pareceu se dissolver e se esfacelar com o fim do socialismo soviético, o qual cedeu à ineficiência e burocracia estatal, além da política liberal que oprimiu o governo socialista.   Como Marx defendeu o comunismo e sua ideologia, isto – aparentemente - encaminhou aos seus escritos uma oxidação. No entanto, o marxismo mostra-se aceso assim como diz Magalhães (2009, p.31):

Os prognósticos de Marx quanto à revolução socialista realmente não se confirmaram, mas a crítica ao capitalismo mostrou-se correta. Vemos aqui que algumas correntes moderadas, mesmo que não se identifiquem com o socialismo, reconhecem o poder de análise do marxismo pela simples razão de que os elementos fundamentais de sua crítica ainda estão presentes nas sociedades contemporâneas.

Por isso, faz-se necessário compreender a filosofia política e social desenvolvida por Marx cujo possui um alcance e vigor que a torna presente e válida em muitos aspectos. Tendo em vista as necessidades da sociedade contemporânea, a qual nos mostra a vivacidade e de trazer para a prática as nossas análises sobre o Marxismo, que se encaixa cada vez mais nos arranjos das estruturas socioeconômicas.

Referências

CLARET, Martin. (et.al). O pensamento vivo de Marx. São Paulo: Martin Claret, 1985.

DINIZ FILHO, Luis Lopes. A geografia crítica Brasileira: Reflexões sobre um debate Recente.Disponívelem:<http://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:CkR_7SIg0k4J:people.ufpr.br/~diniz/Artigos/A%2520Geografia%2520Critica%2520brasileira.doc

ENGELS, F. Sobre o papel do trabalho na transformação do macaco em homem. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/macaco.html Acesso em: 15 de outubro 2011.

GOMES, Morgana. A vida e o Pensamento de Karl Marx. Rio de Janeiro: Minuano, (Sd.).

LESSA, Sérgio; TONET, Ivo. Introdução À Filosofia de Marx. São Paulo: expressão popular, 2008.

MAGALHÃES, Fernando. 10 lições sobre Marx. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.

MARX, Karl. O Capital, v. I. São Paulo. Editora: Nova Cultural, 1986.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. (trad. Pietro Nassetti). São Paulo: Martin Claret, 2002.

MORAES, Antonio Carlos Robert. Geografia Pequena História Crítica. 21ª ed.- São Paulo: Annablume, 2007.

MOREIRA, Ruy. O Que é Geografia. 14ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.

_________, Ruy.  Marxismo e geografia: (a geograficidade e o diálogo das ontologias). Revista geographia vol.6, nº 11, 2004 Rio de Janeiro, Disponível em:< http://www.uff.br/geographia/ojs/index.php/geographia/article/view/140/0> Acesso em 06/10/2011

OLIVEIRA, Márcia Gardênia Monteiro de; QUINTANEIRO, Tania. Karl Marx. In: Um toque de Clássicos: Marx, Dukheim e Weber. Belo Horizonte: Editora UFGM, 2003.


OLIVEIRA, Leandro Dias de; RIBEIRO, Guilherme. Geografia Econômica e Marxismo em tempos de Globalização. 6º Colóquio Internacional Marx e Engels, GT3- Marxismo e Ciências Humanas. Disponível em:<http://www.ifch.unicamp.br/cemarx/coloquio/Docs/gt3/Mesa2/geografia-economica-e-marxismo-em-tempos-de-globalizacao.pdf> Acesso em 06/10/2011

QUAINI, Massimo. Marxismo e Geografia. (trad. Liliana Lagana Fernandes). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.

RIBAS, Alexandre Domingues (et. al). Marxismo e Geografia: paisagem e espaço geográfico- uma contribuição para o entendimento da sociedade contemporânea. Disponível em: http://agbpp.dominiotemporario.com/doc/ribasn21.pdf>. Acesso em 06/10/2011.

* Texto apresentado na VI SEMAGEO da UFPB

quarta-feira, 9 de novembro de 2011



A VI Semana de Geografia - SEMAGEO, promovida pelo Corpo Docente e Discente do Curso de Bacharelado e Licenciatura em Geografia da UFPB – Campus: João Pessoa, que ocorrerá entre os dias 21 a 25 de novembro de 2011, nas dependências do Departamento de Geociências, representa um esforço por parte da Comissão Organizadora, para criar um espaço de reflexões sobre a Paraíba e discussões acerca de temas geográficos atuais, bem como, iniciar e incentivar o corpo discente no desenvolvimento acadêmico, introduzindo-os nesse espaço de interlocuções e vivências proporcionados pela Universidade.
Trata-se de uma importante iniciativa, uma vez que se faz necessário não somente para a atualização e discussão dos novos temas, mas, para promover uma maior participação, envolvimento e compromisso dos discentes e docentes com a Geografia e com a Paraíba. Neste sentido, escolhemos o tema: “GEOGRAFIA(S) EM AÇÃO NA PARAÍBA: DISCURSO E PRÁTICA”. Esta temática justifica-se dada a importância da articulação entre os discursos teóricos e as práticas dos geógrafos face às novas demandas e problemáticas inerentes ao espaço geográfico paraibano.
Nos princípios da temática central do evento e, considerando a complexidade das categorias de análises da geografia na evolução do pensamento geográfico buscamos articular o evento de acordo com os seguintes eixos temáticos, distribuídos em Espaços de Diálogos e Práticas – EDP´s.

sábado, 30 de julho de 2011

A verdadeira "Maravilha-chilena".


Muitos de nós já ouvimos falar que dentre os países da América Latina, o Chile era o país com os maiores índices de desenvolvimento, de melhor economia e etc... e blá blá blá.... E o que vemos hoje? Será isso mesmo?

Os estudantes, os professores e toda a classe trabalhadora chilena nos mostram o contrário, milhares de pessoas se organizam e mobilizam-se para lutar por melhores condições no sistema educativo chileno. Nas últimas manifestações que ocorreram no dia 30 de Junho, as centrais estudantis e sindicais conseguiram reunir nas principais cidades chilenas cerca de 400 mil manifestantes (vejam: 400 mil!), ou seja, a maior manifestação popular pós redemocratização chilena em 1989.

Uma das principais causas que levaram e ainda levam à essas manifestações é o que se convém chamar de mercado da educação superior chileno. Essa postura de privatizações da educação no Chile é uma herança da ditadura de Pinochet (1973-1990), que no início de 1980 o governo decidiu promover a abertura ao modelo privado de educação (herança assumida, definitivamente, pelos governantes que o sucederam). A visão era de que a criação de uma rede particular forte provocaria uma melhoria das escolas públicas. A lógica era simples: receberiam mais financiamento as unidades que conseguissem atrair mais estudantes, supondo-se que uma quantidade maior seria a consequência de um ensino de mais qualidade.

Com essa política, os alunos passaram a escolher: se quisessem seguir em uma escola pública, poderiam. Se quisessem migrar ao ensino privado, receberiam uma espécie de vale-educação, ou seja, a escola é subsidiada por cada estudante que recebe. Lhe parece familiar esse tipo de financiamento??? Será que o Prouni foi beber na fonte de Pinochet???

Como forma de dizer um Basta! a esse modelo de educação, os estudantes, professores e toda classe trabalhadora chilena foram às ruas, travaram embates com a polícia e ocuparam cerca de 200 escolas, onde as quais foram antecipadas as férias como tentativa de desmobilizar os estudantes e professores, o que não adiantou!

Ainda para piorar a “Maravilha-chilena” os operários da mineração, principal atividade econômica chilena realizaram diversos protestos. Os operários querem garantias de que não haverá privatização da Codelco, a estatal do cobre.

Seja na Europa, na América Latina e até nos EUA vimos que o modo de produção capitalista, as relações do capital nada fazem para a classe trabalhadora, que a cada crise que se entra, seja por diferentes motivos, os prejudicados é apenas uma classe, a trabalhadora! E é essa mesma classe que tem como papel histórico acabar com esse modelo e subverter a ordem, construindo uma sociedade mais justa, igualitária e solidária entre os povos, uma sociedade socialista.
 
Saudações...