sábado, 30 de julho de 2011

A verdadeira "Maravilha-chilena".


Muitos de nós já ouvimos falar que dentre os países da América Latina, o Chile era o país com os maiores índices de desenvolvimento, de melhor economia e etc... e blá blá blá.... E o que vemos hoje? Será isso mesmo?

Os estudantes, os professores e toda a classe trabalhadora chilena nos mostram o contrário, milhares de pessoas se organizam e mobilizam-se para lutar por melhores condições no sistema educativo chileno. Nas últimas manifestações que ocorreram no dia 30 de Junho, as centrais estudantis e sindicais conseguiram reunir nas principais cidades chilenas cerca de 400 mil manifestantes (vejam: 400 mil!), ou seja, a maior manifestação popular pós redemocratização chilena em 1989.

Uma das principais causas que levaram e ainda levam à essas manifestações é o que se convém chamar de mercado da educação superior chileno. Essa postura de privatizações da educação no Chile é uma herança da ditadura de Pinochet (1973-1990), que no início de 1980 o governo decidiu promover a abertura ao modelo privado de educação (herança assumida, definitivamente, pelos governantes que o sucederam). A visão era de que a criação de uma rede particular forte provocaria uma melhoria das escolas públicas. A lógica era simples: receberiam mais financiamento as unidades que conseguissem atrair mais estudantes, supondo-se que uma quantidade maior seria a consequência de um ensino de mais qualidade.

Com essa política, os alunos passaram a escolher: se quisessem seguir em uma escola pública, poderiam. Se quisessem migrar ao ensino privado, receberiam uma espécie de vale-educação, ou seja, a escola é subsidiada por cada estudante que recebe. Lhe parece familiar esse tipo de financiamento??? Será que o Prouni foi beber na fonte de Pinochet???

Como forma de dizer um Basta! a esse modelo de educação, os estudantes, professores e toda classe trabalhadora chilena foram às ruas, travaram embates com a polícia e ocuparam cerca de 200 escolas, onde as quais foram antecipadas as férias como tentativa de desmobilizar os estudantes e professores, o que não adiantou!

Ainda para piorar a “Maravilha-chilena” os operários da mineração, principal atividade econômica chilena realizaram diversos protestos. Os operários querem garantias de que não haverá privatização da Codelco, a estatal do cobre.

Seja na Europa, na América Latina e até nos EUA vimos que o modo de produção capitalista, as relações do capital nada fazem para a classe trabalhadora, que a cada crise que se entra, seja por diferentes motivos, os prejudicados é apenas uma classe, a trabalhadora! E é essa mesma classe que tem como papel histórico acabar com esse modelo e subverter a ordem, construindo uma sociedade mais justa, igualitária e solidária entre os povos, uma sociedade socialista.
 
Saudações...