segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

50 ANOS DA MORTE DO GRANDE DISSEMINADOR COMUNISTA

06 de fevereiro de 2012, 50 anos da morte de um dos comunistas mais representativos do Brasil, um artista que representou em suas obras a miséria, a fome e toda a contradição do sistema capitalista. Esse artista-comunista é o Cândido Torquato Portinari. Ele nasceu em 29 de dezembro de 1903, na cidade de Brodowski, interior de São Paulo.
Em meados da década de 1940, um movimento se destacava nas artes plásticas brasileiras, a Vanguarda Socialista, tentando tomar uma postura e um enquadramento global das artes nesse período, o da Guerra Fria, no entanto, esse movimento condenava o alinhamento dos artistas ao Partido Comunista Brasileiro, pois afirmavam que esse alinhamento ao stalinismo poderia influenciar outras gerações de artistas, favorecendo, assim, a figura de Luís Carlos Prestes. Esse favorecimento ia de encontro ao interesse de Mário Pedrosa, fundador do Vanguarda Socialista.
Nesse cenário Portinari se filia ao PCB e, juntamente com Luis Carlos Prestes, ajuda a disseminar o Partido pelo país. A postura do Portinari em filiar-se ao PCB e uma postura clara de como as artes pode ser um instrumento da luta dos trabalhadores em prol do comunismo.
As obras de Portinari como: Café, Os Retirantes, Favela, Prestes Heróis, Tiradentes, Guerra e Paz entre outras mostra o caráter e o compromisso do artista com os ideários comunistas.
De acordo com o filho, João Candido, Portinari trabalhava sem método, indo até o fim de cada obra. Em 1954, seu médico, doutor Mem Xavier, descobriu que as tintas lhe provocavam alergia por ser tóxicas e o proibiu de pintar. Portinari reagiu: 'Estou proibido de viver...' Continuou a pintar, embora com menos intensidade. No entanto, no mesmo ano, Portinari foi convidado a pintar a obra Guerra e Paz para a ONU em 1954, compôs a obra em três anos. Outra vez teve o visto negado pelos Estados Unidos e não pode comparecer à inauguração, em setembro de 1957. 'Os americanos consideravam-no inimigo por suas manifestações antiimperialistas', diz João Candido. 'Queriam que ele renegasse o comunismo e ele se recusou'.