segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

89 anos da morte do grande líder dos trabalhadores


Nascido em 22 de abril de 1870, terceiro de seis filhos, aos 17 anos, V. I. Lênin viu seu irmão, Aleksandr, uma das referências do campo anarquista russo, ser executado após participar de um atentado ao Czar. Esse trágico acontecimento fez com que, despertasse em Lênin ideias contrárias ao anarquismo e ao terrorismo como método de combater o czarismo. Após seus profundos estudos sobre a realidade russa, trilhou um caminho sem volta pro Marxsimo.
Em 1894, durante seu exílio na Sibéria, Lênin casa-se com a também marxista e professora Nadezhda Konstanti-nova Krupskaia, a qual colaborou com ele na formação de diversos núcleos social-democratas em Petersburgo.
Em 1985, Lênin realiza diversas viagens com intuito de estabelecer contatos com outros núcleos revolucionários marxistas, na Suíça, França e Alemanha. Nesta viagem ele estabelece o primeiro encontro com o Plekhanov.
Combatendo os reacionários, os populistas e os revisionistas russos, Lênin reforça a atuação do Partido Social Democrata Russo, onde teve a sua linha teórica-política aclamada pela maioria do partido, os Bolcheviques.
Em outubro de 1917, protagonizou o que seria um das maiores vitórias da classe trabalhadora mundial, concretizando as idéias de Marx e Engels, instaurando o primeiro Estado operário.
Seguindo a idéia da Práxis Revolucionária, onde “sem teoria revolucionária não há movimento revolucionário” Lênin, escreveu diversas obras que contribuíram para a conquista da revolução russa de 1917 e que, até hoje, contribui para as lutas socialistas em todo o mundo. Dentre as suas obras estão:
·         Que fazer? (1902)
·         Um Passo a Frente, Dois Atrás (1904)
·         Duas Táticas da Social-Democracia na Revolução Democrática (1905)
·         Imperialismo, fase superior do capitalismo (1916)
·         O Estado e a revolução (1917)
·         As Teses de Abril
·         As Três Fontes e as Três Partes Constitutivas do Marxismo
·         Capitalismo e Agricultura nos Estados Unidos da América
·         Esquerdismo, Doença Infantil do Comunismo (1920)
·         Sobre a Dualidade de Poderes

Além dessas obras, uma das maiores contribuições teóricas para a Revolução de 1917 foi a criação do jornal Iskra em 1900.  
A seguir, temos uma publicação de 05 de março de 1924, do grande marxista peruano José Carlos Mariátegui, sobre o falecimento de Lênin em 21 de Janeiro de 1924:

O proletariado revolucionário perdeu mais um de seus grandes condutores e líderes. Um que com maior eficácia, maior acerto e maior capacidade serviu a causa dos trabalhadores, dos explorados e dos oprimidos.
Nenhuma vida foi tão fecunda para o proletariado revolucionário como a vida de Lênin. O líder russo possuía uma extraordinária inteligência, uma extensa cultura, uma vontade poderosa e um espírito abnegado e austero. A estas qualidades se unia uma faculdade assombrosa de perceber claramente o curso da história e adaptar a atividade revolucionária a ela.
Esta faculdade genial, esta atitude singular, não abandonou nunca Lênin. E assim, iluminado pela experiência da insurreição de 1905, Lênin compreendeu claramente a necessidade de criar um partido revolucionário, isento de prejuízos e ilusões democráticas e parlamentaristas. Logo em 1907, Lênin advertiu para a iminência da guerra, previu suas conseqüências políticas e econômicas e anunciou a possibilidade e o dever de aproveitá-la para antecipar e acelerar o fim do regime capitalista. Finalmente, depois de haver denunciado o caráter da guerra européia e depois de haver intervindo nos congressos de Zimmerwald e Kienthal, nos quais as minorias socialistas e sindicais da Europa afirmaram seus princípios classistas e internacionalistas, abandonados pela Segunda Internacional, Lênin conduziu o proletariado russo a conquista do poder, aboliu a exploração capitalista em um povo de cento e vinte milhões de homens, defendeu a revolução de seus inimigos internos e externos e organizou a Terceira Internacional, que reúne hoje em suas seções numerosas, milhões de homens de todas as nacionalidades e de todas as raças em marcha à “luta final”.
Qualquer que seja a posição ideológica que se tenha no campo revolucionário, não se poder negar a Lênin um endereço e um posto principal na história da redenção dos trabalhadores. Vemos, por isso, que os próprios socialistas da Segunda Internacional, dessa Internacional reformista tão energicamente atacada por Lênin, em sua mensagem de condolências a Moscou hão rendido homenagem a retidão e a sinceridade do revolucionário russo.
Comunistas, socialistas e libertários, os homens de todas as escolas e todos os partidos revolucionários, e tirando estes ou aqueles, almejando um regime de justiça social, se dão conta de que a obra e a personalidade de Lênin não pertencem a uma seita nem a um grupo destinado a todo o proletariado, aos revolucionários de todos os países.
O duelo dos trabalhadores é, pois, universal e unânime.
A morte de Lênin significa uma perda enorme para a Revolução: Lênin poderia dar muito esforço inteligente as massas revolucionárias. Porém, não teve tempo, afortunadamente, para cumprir parte essencial de sua obra e de sua missão; definiu o sentido histórico da crise contemporânea, descobriu um método e uma prática realmente proletários e classistas e forjou os instrumentos morais e materiais da Revolução. Milhares de colaboradores, milhões de discípulos prosseguirão, completarão e concluíram a sua obra.
“Claridad”, em nome da vanguarda organizada do proletariado e da juventude e dos intelectuais revolucionários do Peru, saúda a memória do grande mestre e agitador russo.
Fonte do texto de Mariátegui: http://www.marxists.org